Clima favorece implantação do arroz no Rio Grande do Sul
Lavouras de arroz evoluem com apoio da irrigação
Foto: Divulgação
A semeadura do arroz está próxima da conclusão no Rio Grande do Sul, com cerca de 4% da área ainda pendente, segundo o Informativo Conjuntural divulgado nesta quinta-feira (25) pela Emater/RS-Ascar. A instituição alerta, no entanto, que parte dessas áreas pode não ser efetivamente cultivada, em razão do plantio fora do período ideal e dos baixos preços praticados no mercado.
De acordo com a Emater/RS-Ascar, as lavouras encontram-se em fase de desenvolvimento vegetativo, beneficiadas pelas condições climáticas recentes. “O predomínio de tempo ensolarado e as precipitações espaçadas favoreceram o estabelecimento inicial”, permitindo a condução adequada da irrigação, da adubação e do controle de plantas invasoras.
Nas áreas com restrição hídrica superficial, a irrigação tem sido decisiva para assegurar a germinação e a emergência uniformes, especialmente em lavouras implantadas mais tardiamente. A entidade avalia que, de modo geral, “o desenvolvimento das plantas é compatível com a época”, com estande e crescimento inicial considerados satisfatórios.
O manejo da lâmina d’água está em andamento na maior parte das áreas, assim como a aplicação de herbicidas pré-emergentes e de glifosato no estádio de ponto de agulha. Segundo o boletim, essas práticas têm garantido o adequado estabelecimento da cultura, com baixo nível de infestação. Em lavouras semeadas no início do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC), observa-se a proximidade da transição para a fase reprodutiva, enquanto seguem os tratos culturais, com destaque para a adubação nitrogenada em cobertura e o monitoramento fitossanitário.
A área total estimada para o cultivo do arroz no estado é de 920.081 hectares, conforme dados do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga). A produtividade média é projetada em 8.752 kg por hectare, segundo a Emater/RS-Ascar.
Nas regionais, o cenário apresenta variações. Em Bagé, as lavouras foram favorecidas pelo tempo predominantemente ensolarado. A chuva registrada em 15 de dezembro ocorreu de forma isolada e contribuiu para o início da irrigação em algumas áreas. Nova precipitação em 21 de dezembro melhorou a umidade do solo e aumentou a eficiência dos herbicidas. Em São Borja, a semeadura está praticamente concluída, mas os baixos volumes de chuva exigiram o uso da irrigação para garantir a emergência das plantas. Já em São Gabriel, as temperaturas elevadas e o reduzido acumulado de chuvas desde novembro geram atenção quanto aos níveis de água em alguns reservatórios.
Na região de Santa Rosa, as lavouras seguem em desenvolvimento vegetativo dentro do esperado, embora tenha sido necessária a irrigação em parte das áreas para viabilizar a germinação. A Emater/RS-Ascar observa pequeno atraso na semeadura, mas destaca que “mais de 85% da área foi implantada até 15 de dezembro”, considerado o limite preferencial para a região. Em Soledade, o estabelecimento e o crescimento inicial são avaliados como adequados, com manejo da água já em curso e lavouras semeadas no início do ZARC próximas da fase reprodutiva.
No mercado, o levantamento semanal da Emater/RS-Ascar aponta recuo nos preços. O valor médio da saca de 60 quilos caiu 0,81% em relação à semana anterior, passando de R$ 52,96 para R$ 52,53.